> Mestres e aprendizes/ Aspirantes e Generais

Como um grupo deve harmonizar e aproveitar a dinâmica das fases da vida de seus componentes em prol de resultados, equilibrando a experiência e impulsividade construtiva. Exemplo da organização militar.
A organização militar é baseada em duas regras fundamentais: hierarquia e disciplina.A primeira estabelece quem manda e a segunda diz que se deve obedecer a quem manda. Básico. Ou seja: a hierarquia é o alicerce da ordem que a disciplina exige. Simples e comprovadamente eficaz para os fins a que se propõe.

A hierarquia comporta alguns valores embutidos, dentre eles a meritocracia e o respeito aos mais velhos. Há uma presunção natural de que o superior hierárquico tem, se não mais preparo, pelo menos mais "sabedoria operacional", como resultado da experiência de vida, pois no Exército geralmente os mais velhos são os mais graduados de cada círculo. Assim, os mais experientes e os mais jovens formam uma estrutura consagrada pela História como bem sucedida.

Mas por que dá certo ? Simples: esta estrutura reconhece a dinâmica das fases da vida e a usa em favor da empreitada. Os mais experientes são naturalmente guindados às atribuições de comando estratégico, coordenação e administração. Aos mais jovens, recém egressos das escolas de formação - ansiosos por aplicar seus conhecimentos acadêmicos e naturalmente inquietos - é destinada a ponta de lança do serviço operacional, onde são bem vindas a impetuosidade, o entusiasmo por vezes inconsequente, e a sede pela ação de campo.

Usando bem o ritmo etário natural, a força e a direção se combinam. Ambos são essenciais: o Coronel e o Aspirante; o novato e o veterano; o sênior e o júnior. Sem a visão racional do primeiro ou sem a impulsividade construtiva do segundo, a tropa, a empresa, o organismo é que sofreria.

Um grupo assim formado estabelece uma ponderada divisão de papéis em favor de resultados. No grupo dos Apóstolos do Senhor Jesus Cristo também havia esta amalgamação de atitudes, misturando jovens e maduros.
Só com entusiasmados neófitos a organização pena por falta do conhecimento prático e de visão integrada que lhe amalgame as ações para o sucesso operacional. Só com os experientes, a organização perde em agilidade, dinamismo e inovação, tendendo a ser vagarosa, conformista e tecnocrática.

Parece óbvio, mas às vezes o óbvio precisa ser lembrado. O que não faltam são novas posturas que exaltam à juventude como mola soberana do sucesso ou líderes que entendem que sua experiência é o bastante para a organização. Exércitos, empresas, órgãos públicos, igrejas, escolas, times de futebol... Todos os organismos sociais precisam da serenidade que a experiência traz, em harmonia com a esperada disposição dos neófitos.

[Fabrício R. Luz]

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